Você está em: Início Sala de Imprensa Mercedes Sosa, a "voz dos sem voz",…
A mulher, ativista e cantora Mercedes Sosa, que durante mais de 40 anos defendeu e representou, com sua voz e talento, todos os povos oprimidos da América Latina, morreu no domingo (4), em Buenos Aires, na Argentina. Aos 74 anos, ela estava internada desde setembro em razão principalmente de problemas renais e hepáticos.
Cantora de personalidade forte, Mercedes foi considerada a "voz dos sem voz", pela ligação íntima que mantinha com as lutas de diversos setores da sociedade latino-americana. Da vida nas favelas das metrópoles, até os camponeses no interior dos países, interpretava letras que retratavam com poesia uma realidade dura, carregada de opressão e de luta pela libertação.
Mercedes Sosa nasceu em Tucumán, na Argentina, no dia 9 de julho de 1935. La negra, como era conhecida em razão dos longos cabelos negros, começou a fazer sucesso depois de uma competição promovida pela rádio de sua cidade natal. Desde lá, foi considerada uma das vozes mais admiráveis do mundo.
Ao longo de sua história sempre militou como ativista política de esquerda. Como forte opositora da ditadura argentina, de 1976 a 1983, foi obrigada a exilar-se em Madri por conta de ameaças sofridas por grupos de extrema direita.
Depois de dezenas de prêmios e do reconhecimento mundial ao seu talento, Mercedes Sosa, neste ano, recebeu três indicações para o Grammy Latino 2009, com o álbum Cantora 1. O resultado será anunciado em 5 de novembro.
Veja a letra traduzida de Solo Le Pido a Dios
Só Peço a Deus
Só peço a Deus
que a dor não me seja indiferente
que a seca morte não me encontre
vazia e só sem ter feito o suficiente
Só peço a Deus
que o injusto não me seja indiferente
que não me esbofeteem a outra bochecha
Depois que uma garra me arranhou essa sorte
Só peço a Deus
que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e esmaga
Toda pobre inocência da gente
É um monstro grande e esmaga
Toda pobre inocência da gente
Só peço a Deus
que o engano não me seja indiferente
e um traidor pode mais que uns quantos,
que esses não esqueçam facilmente
Só peço a Deus
que o futuro não me seja indiferente,
Desiludido está o que tem que marchar
para viver uma cultura diferente
Só peço a Deus
que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e esmaga
Toda pobre inocência da gente
É um monstro grande e esmaga
Toda pobre inocência da gente