Com a participação de mais de 50 lideranças de toda região do Extremo-Oeste, foi realizada no último sábado (30) a plenária regional de organização do comitê pela reestatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). O encontro teve a participação do deputado Padre Pedro Baldissera, presidente da Frente Parlamentar Catarinense pela Reestatização da Vale do Rio Doce.

No encontro, os participantes tiveram acesso aos dados sobre a privatização e à históriade como a empresa pública foi privatizada com dinheiro do BNDS, ou seja, um financiamento também público. Agora, as representações municipais encaminharão ações locais buscando a divulgação do plebiscito, que ocorre de 1° a 7 de setembro, em todo País.

Uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, tomada em outubro de 2005, desencadeou a campanha pela reestatização da empresa, uma das maiores do País. A 5ª Turma do TRF de Brasília determinou o prosseguimento de uma ação popular de 1997 que pede a anulação do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e sua retirada do Programa Nacional de Desestatização, criado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Privatizada em 1997 por um consórcio liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN, também ela uma empresa privatizada) e pelo empresário Benjamin Steinbruch, a Vale foi vendida por apenas R$ 3,3 bilhões, a partir de uma avaliação realizada pelo Bradesco, um dos integrantes do consórcio que adquiriu a companhia.

Somente em 2005 a CVRD obteve lucro estimado de R$ 12,5 bilhões. Atualmente seu patrimônio é calculado em R$ 100 bilhões, e a União detém somente 6,1% das ações.

Além do preço irrisório de venda, o edital não teve publicidade e foi feito às pressas. Para se compreender a gravidade do problema, a Vale tem uma concessão pra extrair minérios à revelia em 23 milhões de hectares no país, o que é inconstitucional já que o subsolo é patrimônio da União.

No dia 5 de julho, quinta-feira, em Lages, um novo encontro definirá a coordenação estadual do plebiscito.