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Pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que os programas de transferência de renda com condicionalidades (PTRC), como o Bolsa Família, contribuíram para a queda da desigualdade no Brasil na última década. De acordo com o estudo, ações como estas geraram uma redução de 21% no coeficiente de Gini brasileiro, índice que mede a desigualdade de distribuição de renda em uma sociedade.
O estudo, que foi realizado por cinco pesquisadores do Ipea, levou em consideração o período que vai de meados da década de 90 até os últimos anos deste século. Além do Bolsa Família, os estudiosos também analisaram programas semelhantes em dois países vizinhos: o "Chile Solidário" e o "Oportunidades" desenvolvido no México. Enquanto que no México as ações de transferência de renda apresentaram impacto bem semelhante ao do Brasil, no Chile, a iniciativa gerou uma queda menos expressiva, de 15% na desigualdade de renda da população.
De acordo com o estudo, o impacto favorável desse tipo de ação na redução da desigualdade tanto do Brasil quanto do México se deve ao fato de eles serem bem focalizados, e claro, de caráter massivo. Via de regra, nos programas de transferência de renda 60% dos recursos se destinam aos 20% mais pobres. "Nesse sentido o Bolsa Família parece ter a melhor focalização em termos de um menor ‘vazamento’ das transferências, já que os 40% mais pobres recebem 80% dos benefícios do programa", argumentam os estudiosos. Entre os aptos a receber o auxílio, o programa possui uma incidência menor nas camadas com maior renda.
FONTE: site Contas Abertas