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Começa projeto para produção
de agrocombustíveis no Oeste
A Associação Estadual dos Pequenos Agricultores Catarinenses (AEPAC) assina nesta segunda-feira (27), em São Miguel do Oeste, um convênio e um protocolo de intenções que iniciam os estudos para a implantação de usinas de biodiesel no Oeste de Santa Catarina. O projeto começou a ganhar forma depois de diversas tratativas entre a AEPAC, a Petrobrás e a Eletrosul.
Com a Eletrosul, a AEPAC assina convênio para estudo de viabilidade técnica, econômica e social para produção de biocombustíveis na região Oeste. O objetivo é levantar dados quantitativos e qualitativos sobre a produção de oleaginosas, unidades de esmagamento de grãos para óleo vegetal e unidade de produção de biodiesel. Já com a Petrobrás, será assinado um protocolo de intenções para avaliar a implantação de agroindústrias voltadas à produção de biodiesel.
Conforme o coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) Charles Reginatto, o estudo de viabilidade apontará as variedades que serão utilizadas para a fabricação do biodiesel. Contudo, a longo prazo a idéia é investir em plantas perenes, como a tunge e o pinhão manso. No início do trabalho, a proposta é industrializar o girassol, a mamona e a soja.
Os recursos para o estudo já estão garantidos em razão de um convênio com a Eletrosul, que disponibiliza R$ 100 mil para o projeto. O deputado estadual Padre Pedro Baldissera, que acompanhou as tratativas com o Governo Federal, destaca a importância do projeto para agregar renda aos pequenos produtores. "Caso a viabilidade seja confirmada é algo que aumenta em muito as condições para o desenvolvimento do Extremo Oeste, já que envolve um setor que significa muito para a região, que é a pequena agricultura", destaca.
Em maio, depois de uma reunião entre Reginatto, Padre Pedro e o diretor de Gás e Energia da Petrobrás, Ildo Sauer, o parlamentar já se mostrava otimista com a possibilidade de iniciar os projetos. "As entidades e movimentos trabalharam muito para alcançar isso e agora estamos próximos de um encaminhamento positivo", afirmou.
Experiências em outros países
Diversos países, como Alemanha, França e Estados Unidos, já possuem programas bem desenvolvidos para a produção e o uso do biodiesel. O programa brasileiro foi aprovado em 2004. Na lei no 11.097 são estabelecidas metas e prazos para a introdução desse novo combustível na matriz energética brasileira. Desde 2005, a adição de 2% de biodiesel a todo o diesel consumido no Brasil é autorizada pelo Governo Federal. A partir de 2008, essa mistura será compulsória e o percentual permitido será de 5%, possibilitando a ampliação desse mercado.