Centenas de famílias de agricultores atingidas com aumentos superiores a 300%, nas tarifas da telefonia rural, reclamam uma solução por parte das empresas de telecomunicações. A situação, que se repete em diversas regiões de SC, levou a mobilizações de prefeituras e de pequenos agricultores, que estão ameaçados de corte no serviço caso os pagamentos não sejam efetuados.

"Queremos saber qual a justificativa para um aumento tão elevado, de uma hora para outra", questiona o deputado Padre Pedro Baldissera, que encaminhou pedido de informação sobre o assunto à Brasil Telecom e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Conforme o parlamentar, dezenas de comunidades relatam que pagavam médias de R$ 200 a R$ 300 pelo uso do sistema de telefonia rural e hoje o valor gira em torno de R$ 1.000.

Em uma reunião realizada no último dia 29 de agosto, na Câmara de Vereadores de Ipumirim, representantes de mais de 70 comunidades dos municípios de Lindóia do Sul, Ipumirim e Arabutã, questionaram a mudança repentina na fatura da telefonia. "Não há qualquer justificativa para que, de uma hora para outra, as regras de cobrança sejam alteradas dessa forma. E qualquer mudança não pode prejudicar o agricultor ou quem depende dessa forma de comunicação", destacou Padre Pedro.

Representantes do Ministério Público acompanharam a reunião e afirmaram que questionarão as empresas sobre os aumentos.

O parlamentar afirma que o Código de Defesa do Consumidor deixa claro, entre os direitos básicos do consumidor, que mudanças nas cláusulas contratuais não podem obrigar os clientes a pagar valores "excessivamente onerosos" pelos serviços. "Além do pedido de informação vamos enviar ofícios ao Ministério Público e ao Procon, para que saibam o que está ocorrendo", complementou.